CFP: Revista de História da Arte e de Ciências do Património No. 6, 2018

CFP: Revista de História da Arte e de Ciências do Património No. 6, 2018

10 setembro 2018 14:00

Prazo para envio de propostas: 9 de abril a 10 de setembro de 2018

Nunca, como hoje, se falou tanto de azulejo. E nunca, como hoje, o azulejo conheceu abordagens tão distintas. Neste sentido, “Agora é a vez do azulejo” pareceu-nos uma expressão particularmente feliz, porque encerra em si uma multiplicidade de leituras que reflectem a diversidade de entendimentos que o azulejo permite e potencia, enquanto material cerâmico e enquanto símbolo de uma das artes que mais caracteriza a herança cultural portuguesa.

A frase, devemo-la a uma figura incontornável na história da azulejaria portuguesa - Manuel Cargaleiro - que, em conversa recente na fábrica Viúva Lamego, onde ainda trabalha e da qual é o mais antigo operário, como gosta de se intitular, referia-se com entusiasmo às múltiplas potencialidades do azulejo aplicado à arquitectura e às oportunidades que actualmente se desenham neste campo.
Mas a vez do azulejo não se restringe à arquitectura nem à renovação cíclica da sua linguagem estética, a que assistimos há mais de cinco séculos e que é fundamental para que o azulejo possa continuar a fazer parte do nosso quotidiano. A vez do azulejo acontece também ao nível das intervenções artísticas, da conservação e restauro, que beneficia de investigação actualizada e explora novas fórmulas de intervenção, ou da salvaguarda, existindo hoje alguma legislação que procura actuar no sentido de evitar a descontextualização de um património que só faz sentido no local para onde foi originalmente concebido.

Na História da Arte, o azulejo ganhou nas últimas décadas uma vitalidade crescente, com metodologias de estudo cada vez mais sólidas e verdadeiramente interdisciplinares, ganhando corpo através de dissertações de mestrado e teses de doutoramento, de projectos científicos, de exposições e de estruturas de documentação (inventariação) que tiram partido das ferramentas informáticas hoje disponíveis. Deste modo, avança-se quer no conhecimento, quer na divulgação de ciência, atingindo um público cada vez mais vasto, que urge sensibilizar para a salvaguarda patrimonial. Público esse que vê o azulejo sair das paredes e ser uma presença ainda mais constante no quotidiano, reconhecendo-o na moda ou nos objectos de uso diário, na gastronomia ou nos transportes públicos, apenas para citar alguns, poucos, exemplos.

É a partir desta ideia de diversidade - material, estética, de aplicação, de estudo - que a revista ARTIS desafia a comunidade científica a apresentar propostas de artigos, no âmbito da História da Arte e das Ciências do Património, que mostrem estas diferentes dimensões do azulejo, discutindo o passado e o presente a pensar no futuro.

Para mais informações, consulte o website.

Organização: ARTIS - Instituto de História da Arte; artis@letras.ulisboa.pt