Foi a partir da publicação da tradução portuguesa do Diário (2008) e das Cartas (2009) de Etty Hillesum (1914-1943) que a escritora se tornou conhecida em Portugal. Judia holandesa, assassinada em Auschwitz, deixou-nos o seu testemunho do horror vivido no campo de trânsito Westerbork e os seus pensamentos mais íntimos.
Em 1981 foi publicada, pela primeira vez, uma seleção do seu diário escrito entre 1941 e 1943, que foi traduzida para mais de quinze línguas entre as quais português. Na introdução de Jan Geurt Gaarlandt é realçada uma aura mística de martírio que é sugerida pela seleção feita do diário em detrimento do aspectos históricos filológicos ou de género. Consequentemente, em 1986, surgiu uma edição crítica integral do diário e das cartas.
A opção de Hillesum de não fugir ao destino que os Nazis lhe traçaram e a recusa em odiar o inimigo tem gerado grandes controvérsias. Nos seus textos, ela dá conta da impossibilidade e simultânea necessidade da representação do Holocausto.
Neste primeiro congresso dedicado à sua escrita, desejamos alargar a “tradução” da sua obra, entendida no sentido mais tradicional do termo, para outros processos de transferência mais hermenêuticos ou de verbalização de uma memória ou trauma.
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Organização: Cluster MOV - Moving Bodies: circulations, narratives, and archives in translation (Grupo LOCUS) e Cluster Aesthetics of Memory and Emotions (Grupo MORPHE)