UNIARQ: Encontrado Ninho mais antigo de Quebra-Ossos da Península Ibérica

uniarq jaciment abrigo lagar velho destaqueA UNIARQ, Centro de Arqueologia colaborou nas escavações em Lagar Velho, Leiria, onde foi descoberto o ninho mais antigo de abutres quebra-ossos da Península Ibérica. 

uniarq jaciment abrigo lagar velhoFoi encontrado, em Lagar Velho, situado no distrito de Leiria, o mais antigo ninho do enorme abutre quebra-ossos, também conhecido como abutre-barbudo (Gypaetus barbutus). Os excrementos fossilizados encontrados no local têm cerca de 30 mil anos e serviram para identificar a presença deste animal em Portugal. A investigação, publicada por Scientific Reports, aponta para a importância desta descoberta, na medida em que servirá para explicar a relação estabelecida entre o quebra-ossos e a comunidade humana pré-histórica, uma vez que foram encontrados vestígios de grupos de caçadores e de povos recoletores no mesmo local. 

Esta investigação foi feita através da comparação das fezes encontradas com as amostras conservadas dos quebra-ossos da atualidade que vivem no Parque Nacional de Ordesa y Monte Perdido (Espanha). Segundo Sanz, primeiro autor do artigo de investigação: "Há muito pouca diferença entre as fezes actuais e as de há 30.000 anos atrás, praticamente apenas a cor, o que as torna muito fiáveis quando se trata de fazer identificações". Sanz explica também que "Os abutres barbudos são abutres que passaram em grande parte despercebidos até agora no registo arqueológico, apesar de viverem em grutas e acumularem ossos, como grupos humanos de caçadores e colectores". A descoberta em Lagar Velho traz novas perspectivas sobre a presença deste abutre em Portugal e sobre a sua relação com os humanos, uma vez que no mesmo local também foram documentadas actividades de grupos de caçadores e colectores humanos.

As escavações deste estudo foram dirigidas por Ana Maria Costa e Ana Cristina Araújo, da Direção Geral de Património Cultural de Portugal e investigadoras colaboradores da UNIARQ, e por Joan Daura e Montserrat Sanz, da Universidade de Barcelona. Esta equipa contou com o apoio da UNIARQ, da Câmara Municipal de Leiria, da Direção Geral de Património Cultural de Portugal, do Ministério da Cultura e do Desporto de Espanha, do Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido, da Fundação para a Conservação do Quebra-Ossos e do Centro de Cria do Quebra-ossos no Isolamento Humano (Zaragoga). 

 

Fonte: Universidade de Barcelona