Gestão do Conhecimento Científico

Indicadores de Produção Científica

Esta informação está também disponível na página “Gestão de Investigação” gerida pela Divisão de Apoio à Investigação, uma vez que foi preparada em conjunto com a Divisão de Biblioteca

Aliando-se à importância dos rankings das universidades (sobretudo o Ranking de Xangai e o THE), tem-se acentuado a relevância dos indicadores de produção científica, subjacentes à avaliação das instituições de ensino superior.

A ULisboa aposta numa estratégia que a posicione cada vez melhor nestas listas e que a torne mais competitiva, valorizando, para medir o impacto da produção científica, a publicação nas bases referenciais:

  • ISI: Web of Science (Thomson Reuteurs) –  inclui a Social Sciences Citation Index (SSCI), Arts & Humanities Citation Index (A&HCI);
  • Scopus (Elsevier/Plataforma Scimago); 

A avaliação da produção científica com base nestes índices é feita através de indicadores bibliométricos como:

  • a qualidade científica (avaliação dos conteúdos pelos pares)
  • a actividade científica (contabilizam actividade – por exemplo a produtividade dos autores)
  • o impacto científico dos trabalhos (nº citações recebidas)
  • as fontes (factor de impacto das revistas, índice de citação, influência das revistas)

 Mais informação aqui

Glossário

Bibliometria: técnica quantitativa que mede a produção científica com base em indicadores bibliométricos, tais como a qualidade científica (avaliação dos conteúdos pelos pares), a actividade científica (contabilizam actividade – por exemplo a produtividade dos autores), o impacto científico dos trabalhos (nº citações recebidas), as fontes (factor de impacto das revistas, índice de citação, influência das revistas).

Índices/Indexação: Bases de dados usadas para medir impacto da produção científica. Sendo as principais: ISI: Web of Science (Thomson Reuteurs) – cobre várias bases de dados, entre as quais a Social Sciences Citation Index (SSCI), Arts & Humanities Citation Index (A&HCI); Scopus (Elsevier/Plataforma Scimago); Qualis (Capes-Brasil); ERIHPLUS – European reference índex for the Humanities and Social Sciences (ESF – european Science Foundation/NSD - Norwegian Centre for Research Data).

Scopus/Scimago: SCImago Journal & Country Rank - Portal em acesso livre que inclui indicadores científicos relativos a revistas de diversos países, com dados retirados da base de dados Scopus (Elsevier)

Web of Science/ISI: ISI Journal Citation Reports (JCR) Relatórios emitidos anualmente que comparam periódicos com base em indicadores bibliométricos. Informam a posição (quartil) das revistas em cada uma das categorias em que estão incluídas - Rank in Category

Factor de Impacto: Inicialmente usado apenas para determinar que publicações incluir no Science Citation Index (Web of Science). Tornou-se o indicador bibliométrico mais usado internacionalmente. Avalia a importância relativa de um periódico, quando comparado com outros do mesmo campo científico, tendo em conta o nº de citações correntes a artigos publicados pela revista nos dois anos anteriores em função do nº total de artigos publicados pela revista nesse mesmo período. (Mais informação sobre este indicador aqui)

Eigenfactor ™ e o Article Influence™: Estão também disponíveis nos Journal Citation Reports e complementam o Factor de Impacto fornecendo uma perspectiva mais ampla sobre a influência de uma revista - têm em conta a qualidade das fontes e das citações das revista.

H-index (hi ) Combina medidas de actividade (produção) e de impacto dos investigadores, referindo-se ao nº de artigos de um investigador com, pelo menos, o mesmo nº de citações.

Scientific Journal Rankings indicator (SJR) - Expressa o número médio de citações recebidas no ano seleccionado, através dos documentos publicados na revista nos 3 anos anteriores (Scopus). O periódico tem um impacto direto sobre o valor de uma citação - uma citação de uma fonte com SJR alto vale mais do que uma citação de uma fonte com um SJR menor.

SNIP - Source Normalized Impact per Paper –mede o impacto de citações contextuais, pesando-as com base no número total de citações numa determinada área de pesquisa. O impacto de uma citação recebe um valor maior em áreas de pesquisa com menor probabilidade de citações e vice-versa.

Revistas Predatórias

O que são revistas predatórias

Publicações e editores predatórios são entidades que primam o interesse próprio em detrimento do conhecimento científico e se caracterizam por dar informações falsas ou enganosas, se desviarem das melhores práticas editoriais, por falta de transparência e/ou por uso de práticas agressivas e indiscriminadas de angariação.

 

Porque têm aumentado exponencialmente nos últimos anos o número de publicações predatórias?

Podemos identificar quatro principais impulsionadores dos periódicos predatórios:

  1. Crescente comercialização da academia (pagar para publicar) – os interesses comerciais podem colocar em causa a integridade da investigação
  2. Predominância de sistemas de avaliação que primam a quantidade sobre a qualidade – as métricas utilizadas, nomeadamente nos rakings universitários
  3. A pressão que existe sobre os investigadores para publicar
  4. Falta de transparência nos processos de revisão por pares

Pode também ter ajudado ao seu crescimento o facto do problema ter sido subestimado – é percepcionado como um problema de cientistas jovens e inexperientes ou de países menos desenvolvidos.

 

Quais são as principais consequências e riscos da sua proliferação?

- Infiltrar e minar a investigação científica

- Aumentar a falta de confiança do público na ciência. A desinformação é muitas vezes deliberada e as revistas servem como veículo

- Levar a consequências potencialmente prejudiciais para as políticas públicas

Em resumo, publicar em periódicos predatórios é potencialmente prejudicial em termos de:

  1. perda de novo conhecimento
  2. desperdício de tempo e recursos de investigação (pessoas e materiais)
  3. dificultar a eficiência, impacto e diversidade do processo de investigação

 

Quais os principais alertas para identificar revistas falsas ou predatórias?

1. Website: contém informações enganosas ou falsas (por exemplo, indexação, métricas), não possui um ISSN ou usa um que já foi atribuído a outra publicação, imita o website de outra revista/editora ou não possui qualquer conteúdo antigo ou recente. O website não é profissional.

 2. Nome do periódico: é o mesmo, ou facilmente confundido com o de outro. É desconhecido para os investigadores da área. O título remete para uma dada afiliação nacional ("American Journal of ...") embora esteja localizado noutro país/continente.
3. Peer-Review e qualidade dos artigos: O processo e modelo de peer-review não são mencionados ou o tempo de revisão referido é muito curto. Os artigos disponíveis são de fraca qualidade e têm erros.
4. Propriedade e administração: as informações sobre a propriedade e/ou gestão estão ausentes ou são pouco claras, enganosas ou falsas.

5. Corpo de gestão: as informações estão ausentes, são enganosas, falsas ou inadequadas para a revista; não são dados nomes completos e afiliações dos seus membros. O editor apresenta-se com sendo líder na área apesar de ter iniciado a sua actividade há pouco tempo.

6. Equipa editorial: não são dados nomes completos e afiliações dos editores da revista, não há informações de contato completas, o editor-chefe também é o proprietário ou o editor-chefe é também o editor de muitas outras revistas, especialmente em áreas não relacionadas.

7. Copyright e licenças: as políticas de direitos autorais (e licença de publicação e licença de usuário) estão ausentes ou são pouco claros.

8. APC: as taxas para publicação não são referidas ou explicadas claramente no website da revista e/ou são reveladas apenas na carta de aceitação, como condição de aceitação.

9. Identificação e procedimento em caso de alegação de má conduta na investigação: não há descrição de como os casos de suposta má conduta são tratados.

10. Ética de publicação: Não há política sobre ética de publicação (por exemplo, sobre autoria/contribuição, partilha e reprodução de dados, propriedade intelectual, supervisão ética, conflitos de interesse, correções/retrações). O editor não é um membro de qualquer organização reconhecida na área das boas práticas de publicação (COPE ou EASE)

11. Calendário de publicação: A periodicidade da publicação não é indicada e/ou parece errática a partir do conteúdo da revista disponível.

12. Acesso: A(s) forma(s) em que o conteúdo é disponibilizado aos leitores, e quaisquer custos associados, não são declarados e, em alguns casos, os artigos listados não estão disponíveis.

13. Arquivo: Não há backup eletrónico e preservação do acesso ao conteúdo do periódico (apesar de poderem haver referências nesse sentido).

14. Fontes de receita: Modelos de negócios, parcerias/acordos comerciais ou fontes de receita não são indicados; as taxas de publicação estão vinculadas à tomada de decisões editoriais.

15. Publicidade: A política de publicidade não é indicada. Os anúncios são integrados no conteúdo publicado.

16. Marketing direto: O marketing direto é invasivo e fornece informações enganosas ou falsas e incoerentes. Convites agressivos para publicar enviados por spam (por vezes, com uma narrativa muito elogiosa e com uma escrita com erros)

 

Como se deve proceder para evitar estas publicações?

- Familiarize-se com as características mais comuns das publicações predatórias. Se a revista reunir mais de duas, deve ser evitada ou analisada com cautela.

- Utilize Checklists de “auto-ajuda” - Uma das principais e mais utilizadas é a Think.CheckSubmit  

- Se uma revista afirma que está indexada num indexador de confiança (Scopus, Web of Science), verifique.

- Verifique se um periódico está listado no DOAJ (Directory of Open Access Journals): se estiver, o periódico é praticamente seguro porque foi validado.

- Utilize listas de publicações predatórias mas com cautela - Beall's list of potential predatory journals and publishers

-  Desconfie se um periódico se oferecer para publicar o seu artigo num espaço de tempo muito curto: uma revisão por pares com qualidade requer tempo.

-  Aconselhe-se com o seu mentor/supervisor ou com outros colegas da área.

-  Ignore e-mails de convite para publicar numa revista que venha de SPAM.

-  Quando subsistirem dúvidas, contactar a Divisão de Biblioteca para ajudar na correcta identificação do perfil da publicação.

-  Quando receber e-mails que considere que são de revistas predatórias, partilhe esta informação e o alerta com os colegas e com a DB, de forma a criarmos ferramentas comuns e partilha de experiências na FLUL.


Mais informações aqui.

Gestão do Currículo Académico

 

CIÊNCIAVITAE

O CIÊNCIAVITAE, desenvolvido e gerido pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), é o sistema nacional de gestão curricular de ciência que agrega num único sítio a informação de forma simples e estruturada.

É fundamental que os investigadores se registem e utilizem esta plataforma para a gestão e promoção do seu curriculum, uma vez que as candidaturas a concursos de projectos da FCT já só permitem a importação de dados da equipa através deste instrumento.

A plataforma utiliza mecanismos de importação e preenchimento automático dos dados curriculares, assegurando o princípio de reutilização da informação, em articulação com o Ciência ID que é um identificador digital único e permanente para todos os cidadãos que desenvolvem atividade científica no ecossistema científico e tecnológico nacional. A plataforma CIÊNCIA ID permite ao utilizador gerir o seu perfil e autenticar-se para aceder a outros sistemas, nomeadamente o CIÊNCIAVITAE.

Consulte aqui o manual de utilizador e outros tutoriais disponibilizados.

 

ORCiD - (Open Researcher and Contributor ID)

ORCiD  é um identificador digital único, gratuito e persistente, que permite distinguir os investigadores (por exemplo, em caso de homónimos ou de nomes semelhantes).  Consiste num código alfanumérico (com formato de 16 dígitos separados em grupos de quatro por hífens: 0000-0000-0000-000X). Este identificador é usado internacionalmente por diversas instituições e plataformas ligadas a informação científica (Web of Science, Scopus, Crossref), grupos editoriais e agências de financiamento.

O ORCiD é disponibilizado por uma plataforma de registo, semelhante a um CV, à qual o utilizador pode associar várias informações em conexão com outras plataformas.

O ORCiD pode e deve ser associado ao seu CIÊNCIAVITAE. A ferramenta de sincronização de dados disponibilizada no CIÊNCIAVITAE permite-lhe sincronizar informação das áreas funcionais “Produções” e “Projetos” com o ORCiD.

Mais informações aqui.

Publicações científicas-Ferramentas e bases de dados

Beall's list of potential predatory journals and publishers
Cópia on-line da lista de publicações predatórias produzida por Jeffrey Beall. Esta foi disponibilizada por outros que não o autor da lista original.

DOAJ (Directory of Open Access Journals)
Diretório independente de revistas científicas em acesso aberto e que cumprem os critérios internacionais da edição académica.

MIAR
Matriz de revistas com informações sobre a sua indexação e avaliação, bem como sobre a sua política de acesso aberto.

SHERPA / RoMEO
Recurso que reúne as políticas de acesso aberto de um grande número de editores e revistas.

Think.Check.Submit  .Submit  
“Campanha” apoiada por uma coligação de organizações internacionais (ex. DOAJCOPE, ISSN International Centre). Há uma lista de verificação para atestar a legitimidade das revistas e outra para editores de livros e monografias. Estão disponíveis em vários idiomas, incluindo PT.