Exposição de fotografia de Margarida Matias Pinto.
"Shwe", ouro, faz parte da alma birmanesa. Com ele são cobertos pagodes, budas e rochas, a própria palavra integra o nome de monumentos e pessoas.
Mas o ouro reside também, e especialmente, no coração dos homens. O grande tesouro de Myanmar (antiga Birmânia) é o seu povo, mestre na arte de ser feliz.
Se um birmanês junta dinheiro, gasta-o na doação a um templo ou em esmolas e regozija-se com a ideia de que será recompensado numa vida futura.
Como em muitas outras religiões a avareza é um pecado mortal, mas aqui é também considerada crime, hierarquicamente colocada ao nível do fratricídio. Nestes tempos em que a ganância e o egoísmo parecem reinar no mundo, a Birmânia é ainda — por quanto tempo? ¬ uma exceção.
Este grupo de fotografias pretende ser uma homenagem ao povo birmanês, à sua preciosa lição de serenidade, à doçura do seu sorriso.
(Adaptado de "Birmanie, Terre d'or" de Chistophe Boisvieux)