Biblioteca

Indicadores de Produção Científica

Esta informação está também disponível na página “Gestão de Investigação” gerida pela Divisão de Apoio à Investigação, uma vez que foi preparada em conjunto com a Divisão de Biblioteca

Aliando-se à importância dos rankings das universidades (sobretudo o Ranking de Xangai e o THE), tem-se acentuado a relevância dos indicadores de produção científica, subjacentes à avaliação das instituições de ensino superior.

A ULisboa aposta numa estratégia que a posicione cada vez melhor nestas listas e que a torne mais competitiva, valorizando, para medir o impacto da produção científica, a publicação nas bases referenciais:

  • ISI: Web of Science (Thomson Reuteurs) –  inclui a Social Sciences Citation Index (SSCI), Arts & Humanities Citation Index (A&HCI);
  • Scopus (Elsevier/Plataforma Scimago); 

A avaliação da produção científica com base nestes índices é feita através de indicadores bibliométricos como:

  • a qualidade científica (avaliação dos conteúdos pelos pares)
  • a actividade científica (contabilizam actividade – por exemplo a produtividade dos autores)
  • o impacto científico dos trabalhos (nº citações recebidas)
  • as fontes (factor de impacto das revistas, índice de citação, influência das revistas)

 Mais informação aqui

Glossário

Bibliometria: técnica quantitativa que mede a produção científica com base em indicadores bibliométricos, tais como a qualidade científica (avaliação dos conteúdos pelos pares), a actividade científica (contabilizam actividade – por exemplo a produtividade dos autores), o impacto científico dos trabalhos (nº citações recebidas), as fontes (factor de impacto das revistas, índice de citação, influência das revistas).

Índices/Indexação: Bases de dados usadas para medir impacto da produção científica. Sendo as principais: ISI: Web of Science (Thomson Reuteurs) – cobre várias bases de dados, entre as quais a Social Sciences Citation Index (SSCI), Arts & Humanities Citation Index (A&HCI); Scopus (Elsevier/Plataforma Scimago); Qualis (Capes-Brasil); ERIHPLUS – European reference índex for the Humanities and Social Sciences (ESF – european Science Foundation/NSD - Norwegian Centre for Research Data).

Scopus/Scimago: SCImago Journal & Country Rank - Portal em acesso livre que inclui indicadores científicos relativos a revistas de diversos países, com dados retirados da base de dados Scopus (Elsevier)

Web of Science/ISI: ISI Journal Citation Reports (JCR) Relatórios emitidos anualmente que comparam periódicos com base em indicadores bibliométricos. Informam a posição (quartil) das revistas em cada uma das categorias em que estão incluídas - Rank in Category

Factor de Impacto: Inicialmente usado apenas para determinar que publicações incluir no Science Citation Index (Web of Science). Tornou-se o indicador bibliométrico mais usado internacionalmente. Avalia a importância relativa de um periódico, quando comparado com outros do mesmo campo científico, tendo em conta o nº de citações correntes a artigos publicados pela revista nos dois anos anteriores em função do nº total de artigos publicados pela revista nesse mesmo período. (Mais informação sobre este indicador aqui)

Eigenfactor ™ e o Article Influence™: Estão também disponíveis nos Journal Citation Reports e complementam o Factor de Impacto fornecendo uma perspectiva mais ampla sobre a influência de uma revista - têm em conta a qualidade das fontes e das citações das revista.

H-index (hi ) Combina medidas de actividade (produção) e de impacto dos investigadores, referindo-se ao nº de artigos de um investigador com, pelo menos, o mesmo nº de citações.

Scientific Journal Rankings indicator (SJR) - Expressa o número médio de citações recebidas no ano seleccionado, através dos documentos publicados na revista nos 3 anos anteriores (Scopus). O periódico tem um impacto direto sobre o valor de uma citação - uma citação de uma fonte com SJR alto vale mais do que uma citação de uma fonte com um SJR menor.

SNIP - Source Normalized Impact per Paper –mede o impacto de citações contextuais, pesando-as com base no número total de citações numa determinada área de pesquisa. O impacto de uma citação recebe um valor maior em áreas de pesquisa com menor probabilidade de citações e vice-versa.

Revistas Predatórias

O que são revistas predatórias

Publicações e editores predatórios são entidades que primam o interesse próprio em detrimento do conhecimento científico e se caracterizam por dar informações falsas ou enganosas, se desviarem das melhores práticas editoriais, por falta de transparência e/ou por uso de práticas agressivas e indiscriminadas de angariação.

 

Porque têm aumentado exponencialmente nos últimos anos o número de publicações predatórias?

Podemos identificar quatro principais impulsionadores dos periódicos predatórios:

  1. Crescente comercialização da academia (pagar para publicar) – os interesses comerciais podem colocar em causa a integridade da investigação
  2. Predominância de sistemas de avaliação que primam a quantidade sobre a qualidade – as métricas utilizadas, nomeadamente nos rakings universitários
  3. A pressão que existe sobre os investigadores para publicar
  4. Falta de transparência nos processos de revisão por pares

Pode também ter ajudado ao seu crescimento o facto do problema ter sido subestimado – é percepcionado como um problema de cientistas jovens e inexperientes ou de países menos desenvolvidos.

 

Quais são as principais consequências e riscos da sua proliferação?

- Infiltrar e minar a investigação científica

- Aumentar a falta de confiança do público na ciência. A desinformação é muitas vezes deliberada e as revistas servem como veículo

- Levar a consequências potencialmente prejudiciais para as políticas públicas

Em resumo, publicar em periódicos predatórios é potencialmente prejudicial em termos de:

  1. perda de novo conhecimento
  2. desperdício de tempo e recursos de investigação (pessoas e materiais)
  3. dificultar a eficiência, impacto e diversidade do processo de investigação

 

Quais os principais alertas para identificar revistas falsas ou predatórias?

1. Website: contém informações enganosas ou falsas (por exemplo, indexação, métricas), não possui um ISSN ou usa um que já foi atribuído a outra publicação, imita o website de outra revista/editora ou não possui qualquer conteúdo antigo ou recente. O website não é profissional.

 2. Nome do periódico: é o mesmo, ou facilmente confundido com o de outro. É desconhecido para os investigadores da área. O título remete para uma dada afiliação nacional ("American Journal of ...") embora esteja localizado noutro país/continente.
3. Peer-Review e qualidade dos artigos: O processo e modelo de peer-review não são mencionados ou o tempo de revisão referido é muito curto. Os artigos disponíveis são de fraca qualidade e têm erros.
4. Propriedade e administração: as informações sobre a propriedade e/ou gestão estão ausentes ou são pouco claras, enganosas ou falsas.

5. Corpo de gestão: as informações estão ausentes, são enganosas, falsas ou inadequadas para a revista; não são dados nomes completos e afiliações dos seus membros. O editor apresenta-se com sendo líder na área apesar de ter iniciado a sua actividade há pouco tempo.

6. Equipa editorial: não são dados nomes completos e afiliações dos editores da revista, não há informações de contato completas, o editor-chefe também é o proprietário ou o editor-chefe é também o editor de muitas outras revistas, especialmente em áreas não relacionadas.

7. Copyright e licenças: as políticas de direitos autorais (e licença de publicação e licença de usuário) estão ausentes ou são pouco claros.

8. APC: as taxas para publicação não são referidas ou explicadas claramente no website da revista e/ou são reveladas apenas na carta de aceitação, como condição de aceitação.

9. Identificação e procedimento em caso de alegação de má conduta na investigação: não há descrição de como os casos de suposta má conduta são tratados.

10. Ética de publicação: Não há política sobre ética de publicação (por exemplo, sobre autoria/contribuição, partilha e reprodução de dados, propriedade intelectual, supervisão ética, conflitos de interesse, correções/retrações). O editor não é um membro de qualquer organização reconhecida na área das boas práticas de publicação (COPE ou EASE)

11. Calendário de publicação: A periodicidade da publicação não é indicada e/ou parece errática a partir do conteúdo da revista disponível.

12. Acesso: A(s) forma(s) em que o conteúdo é disponibilizado aos leitores, e quaisquer custos associados, não são declarados e, em alguns casos, os artigos listados não estão disponíveis.

13. Arquivo: Não há backup eletrónico e preservação do acesso ao conteúdo do periódico (apesar de poderem haver referências nesse sentido).

14. Fontes de receita: Modelos de negócios, parcerias/acordos comerciais ou fontes de receita não são indicados; as taxas de publicação estão vinculadas à tomada de decisões editoriais.

15. Publicidade: A política de publicidade não é indicada. Os anúncios são integrados no conteúdo publicado.

16. Marketing direto: O marketing direto é invasivo e fornece informações enganosas ou falsas e incoerentes. Convites agressivos para publicar enviados por spam (por vezes, com uma narrativa muito elogiosa e com uma escrita com erros)

 

Como se deve proceder para evitar estas publicações?

- Familiarize-se com as características mais comuns das publicações predatórias. Se a revista reunir mais de duas, deve ser evitada ou analisada com cautela.

- Utilize Checklists de “auto-ajuda” - Uma das principais e mais utilizadas é a Think.CheckSubmit  

- Se uma revista afirma que está indexada num indexador de confiança (Scopus, Web of Science), verifique.

- Verifique se um periódico está listado no DOAJ (Directory of Open Access Journals): se estiver, o periódico é praticamente seguro porque foi validado.

- Utilize listas de publicações predatórias mas com cautela - Beall's list of potential predatory journals and publishers

-  Desconfie se um periódico se oferecer para publicar o seu artigo num espaço de tempo muito curto: uma revisão por pares com qualidade requer tempo.

-  Aconselhe-se com o seu mentor/supervisor ou com outros colegas da área.

-  Ignore e-mails de convite para publicar numa revista que venha de SPAM.

-  Quando subsistirem dúvidas, contactar a Divisão de Biblioteca para ajudar na correcta identificação do perfil da publicação.

-  Quando receber e-mails que considere que são de revistas predatórias, partilhe esta informação e o alerta com os colegas e com a DB, de forma a criarmos ferramentas comuns e partilha de experiências na FLUL.


Mais informações aqui.

Gestão do Currículo Académico

 

CIÊNCIAVITAE

O CIÊNCIAVITAE, desenvolvido e gerido pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), é o sistema nacional de gestão curricular de ciência que agrega num único sítio a informação de forma simples e estruturada.

É fundamental que os investigadores se registem e utilizem esta plataforma para a gestão e promoção do seu curriculum, uma vez que as candidaturas a concursos de projectos da FCT já só permitem a importação de dados da equipa através deste instrumento.

A plataforma utiliza mecanismos de importação e preenchimento automático dos dados curriculares, assegurando o princípio de reutilização da informação, em articulação com o Ciência ID que é um identificador digital único e permanente para todos os cidadãos que desenvolvem atividade científica no ecossistema científico e tecnológico nacional. A plataforma CIÊNCIA ID permite ao utilizador gerir o seu perfil e autenticar-se para aceder a outros sistemas, nomeadamente o CIÊNCIAVITAE.

Consulte aqui o manual de utilizador e outros tutoriais disponibilizados.

 

ORCiD - (Open Researcher and Contributor ID)

ORCiD  é um identificador digital único, gratuito e persistente, que permite distinguir os investigadores (por exemplo, em caso de homónimos ou de nomes semelhantes).  Consiste num código alfanumérico (com formato de 16 dígitos separados em grupos de quatro por hífens: 0000-0000-0000-000X). Este identificador é usado internacionalmente por diversas instituições e plataformas ligadas a informação científica (Web of Science, Scopus, Crossref), grupos editoriais e agências de financiamento.

O ORCiD é disponibilizado por uma plataforma de registo, semelhante a um CV, à qual o utilizador pode associar várias informações em conexão com outras plataformas.

O ORCiD pode e deve ser associado ao seu CIÊNCIAVITAE. A ferramenta de sincronização de dados disponibilizada no CIÊNCIAVITAE permite-lhe sincronizar informação das áreas funcionais “Produções” e “Projetos” com o ORCiD.

Mais informações aqui.

Publicações científicas-Ferramentas e bases de dados

Beall's list of potential predatory journals and publishers
Cópia on-line da lista de publicações predatórias produzida por Jeffrey Beall. Esta foi disponibilizada por outros que não o autor da lista original.

DOAJ (Directory of Open Access Journals)
Diretório independente de revistas científicas em acesso aberto e que cumprem os critérios internacionais da edição académica.

MIAR
Matriz de revistas com informações sobre a sua indexação e avaliação, bem como sobre a sua política de acesso aberto.

SHERPA / RoMEO
Recurso que reúne as políticas de acesso aberto de um grande número de editores e revistas.

Think.Check.Submit  .Submit  
“Campanha” apoiada por uma coligação de organizações internacionais (ex. DOAJCOPE, ISSN International Centre). Há uma lista de verificação para atestar a legitimidade das revistas e outra para editores de livros e monografias. Estão disponíveis em vários idiomas, incluindo PT.

 

 

 

Legado Jorge Borges de Macedo na Biblioteca da Faculdade de Letras

 

 foto jbm Jorge Borges de Macedo © Global Imagens (arquivo)

 

Na personalidade de Jorge Borges de Macedo aliavam-se duas características que raramente andam a par, o sentimento vivencial e o pensamento estrutural, e essa aliança levava ao esgotamento lancinante, tanta era a insistência na presença e tamanha a urgência em compreender racionalmente. O rigor, em Jorge Borges de Macedo, não foi o escalpe que reduz o pulsar de vida mas a necessidade de aprofundar os sentidos do viver individual e colectivo, num debate de razão e autenticidade.”

BARATA, Maria do Rosário Themudo, Prefácio. In Universidade de Lisboa. Centro de História (ed. lit.) - Professor Doutor Jorge Borges de Macedo: Legado Bibliográfico. Lisboa: Centro de História da Universidade de Lisboa, 2005, v. 1, p. XV.

 

 

Nota Biográfica

Jorge Borges de Macedo nasceu em Lisboa a 3 de Março de 1921. O pai, José de Macedo, foi secretário-geral do Partido Republicano Radical.

Licenciou-se, em 1944, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em Ciências Histórico-Filosóficas com a tese A Situação Económica no Tempo de Pombal - Alguns Aspectos, estudo que, segundo Jorge Pedreira, “passou imediatamente a constituir uma obra de referência sobre o governo e o tempo do Marquês de Pombal”.

Em 1957, ingressou como assistente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1958, tornou-se bolseiro do Centro de Estudos Históricos do Instituto de Alta Cultura, iniciando os estudos sobre a problemática da indústria portuguesa, que viria a constituir o tema da sua tese de doutoramento: Problemas de História da Indústria Portuguesa no Século XVIII (1964). Em 1967, obteve o título de professor agregado.

Em 1969, Borges de Macedo é catedrático da Secção de História da Faculdade de Letras. A seguir ao 25 de Abril de 1974 foi saneado desta faculdade. A sua reintegração no ensino superior aconteceu em 1977, a convite da Universidade Católica Portuguesa. Em 1980, regressou à Faculdade de Letras como regente da cadeira de História Contemporânea de Portugal.

Em 1990, a convite do Secretário de Estado da Cultura, foi indigitado para director do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, função que desempenhou até à sua morte a 18 de Março de 1996.

Em 1991, jubilou-se como professor catedrático da Universidade de Lisboa. Durante a cerimónia foi homenageado com o colar de Grande Oficial da Ordem de Santiago de Espada.

 

Adaptado de Álvaro Costa de Matos, “A Ideia de Europa em Jorge Borges de Macedo: constantes e linhas de força”. In MACEDO, Jorge Braga de (org.) - Jorge Borges de Macedo: Saber Continuar. A Experiência Histórica Contemporânea. Comemorações do Legado Bibliográfico. Lisboa, Ministério dos Negócios Estrangeiros, 2005, pp. 127-168.

 

A Biblioteca e o Espólio Pessoal

Em 1996, Jorge Borges de Macedo apresentou à Faculdade de Letras a “solicitação da Reserva de Património de Direitos de Autor e de Publicação na sua obra histórica e científica e a recepção do seu Património Bibliográfico Indiviso”. Como responsáveis pela custódia do património bibliográfico perante a entidade receptora, foram designados o Dr. José Brissos Reis Sobral Cavalinhos e Maria Gisèle Bouhon Neves Borges de Macedo, mulher do doador. Esta vontade foi formalizada em 18 de Fevereiro de 1996, contando com as assinaturas do Professor Doutor Jorge Borges de Macedo e do Professor Doutor Manuel José do Carmo Ferreira, então presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

A Biblioteca da Faculdade de Letras alberga a colecção conhecida por Legado Jorge Borges de Macedo, formada por duas componentes: um Legado Bibliográfico e um Espólio Pessoal.

Com excepção de algumas espécies reservadas para familiares, o Legado Bibliográfico corresponde, quase integralmente, à antiga biblioteca pessoal de Jorge Borges de Macedo. O catálogo impresso (Professor Doutor Jorge Borges de Macedo: Legado Bibliográfico) anota 17433 entradas – entre monografias e publicações periódicas – tão diversas quanto o catálogo da exposição 1.º Centenário do Banco de Portugal (JBM 6099) até ao periódico de 1882 O Zé Povinho (JBM-P 142). Os autores são igualmente diversos. Maria do Rosário Themudo Barata lembra que entre os intelectuais e artistas portugueses encontramos Ruben A., Augusto Abelaira, Sara Afonso, António Augusto de Aguiar, Jorge Alarcão, Mouzinho de Albuquerque, João de Barros, Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Teófilo Braga, Brito Camacho, Joaquim de Carvalho, Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, João Chagas, António Sérgio, Damião Peres, Maria Helena da Rocha Pereira, Vitorino Magalhães Godinho, Joel Serrão, Virgínia Rau, Joaquim Veríssimo Serrão, João Medina, José Tengarrinha, Mário Dionísio, José Cardoso Pires, José Rodrigues Miguéis, entre muitos outros.

O Espólio Pessoal é um típico espólio literário, constituído por autógrafos (apontamentos soltos ou originais redigidos, que formam o antetexto das obras do autor) e por materiais de muitas proveniências, reunidos e organizados por Borges de Macedo para fins de documentaçbão dos seus trabalhos.

Na Biblioteca da Faculdade de Letras, os livros que constituem o Legado Bibliográfico estão referenciados no catálogo colectivo das bibliotecas da Universidade de Lisboa (colecção FL - Borges de Macedo), com indicação da respectiva pertença (nome do doador), e disponíveis para consulta local. Os manuscritos do Espólio Pessoal estão em vias de tratamento com vista a serem igualmente disponibilizados a investigadores e estudantes.

 

Bibliografia seleccionada de Jorge Borges de Macedo

MACEDO, Jorge Borges de - A situação económica no tempo de Pombal: alguns aspectos. Porto: Portugália, 1951.

MACEDO, Jorge Borges de - Problemas de história da indústria portuguesa no século XVIII. Lisboa: Associação Industrial Portuguesa, 1963.

MACEDO, Jorge Borges de - "Os Lusíadas" e a história. [Lisboa] : Verbo, [1979].

MACEDO, Jorge Borges de - História diplomática portuguesa : constantes e linhas de força : estudo de geopolítica. [Lisboa : Instituto de Defesa Nacional, 1987].

 

Bibliografia seleccionada sobre Jorge Borges de Macedo

BARATA, Maria do Rosário Themudo - Elogio do Professor Doutor Jorge Borges de Macedo (1921-1996). Lisboa: Academia Portuguesa da História, 2004.

MACEDO, Jorge Braga de (org.) - Jorge Borges de Macedo: Saber Continuar. A Experiência Histórica Contemporânea. Comemorações do Legado Bibliográfico. Lisboa, Ministério dos Negócios Estrangeiros, 2005.

MENDONÇA, Manuela (coord.) - Jorge Borges de Macedo: Itinerário de uma Vida Pública, Cultural e Científica (“Colecção Grandes Mestres”). Lisboa: Colibri, 1991.

UNIVERSIDADE DE LISBOA. CENTRO DE HISTÓRIA (ed. lit.) - Professor Doutor Jorge Borges de Macedo: Legado Bibliográfico. Lisboa: CHUL, 2005, 2 v.

Biblioteca de Estudos Humanísticos de Pina Martins | Novo Banco

 

A Biblioteca de Estudos Humanísticos de Pina Martins, propriedade do Novo Banco, encontra-se em depósito na Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL). O protocolo, assinado a 13 de setembro de 2017, entre o Novo Banco e a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, contempla a guarda e preservação deste espólio bibliográfico, bem como a sua colocação à disposição de alunos e investigadores, permitindo o seu estudo e o desenvolvimento de projetos científicos e culturais.

 

A Biblioteca de Estudos Humanísticos

Em 2008, o Banco adquire à família do Professor Doutor José Vitorino de Pina Martins (1920-2010) a sua biblioteca particular. Nas décadas de 1950-1960, iniciou a constituição de uma biblioteca com obras que fossem indispensáveis aos seus estudos sobre o Humanismo do Renascimento, designando-a Biblioteca de Estudos Humanísticos, que foi para si “uma verdadeira história de amor”. No decorrer de décadas de intenso labor académico no país e no estrangeiro, reuniu um dos mais relevantes acervos bibliográficos existentes em Portugal, conferindo-lhe um espaço de estudo, encontro de investigadores e partilha de histórias de amor pelos livros raros.

 

Os livros e a cultura humanística

O legado bibliográfico do Professor Pina Martins é reflexo do seu interesse pelos textos formulados pelos grandes espíritos do pensamento humanista, como Dante Alighieri, Francesco Petrarca, Giovanni Pico della Mirandola, Angelo Poliziano, Marsílio Ficino, Erasmo de Roterdão e Thomas More. No domínio do humanismo português, de que se destacam os temas ligados aos Descobrimentos, estão presentes as obras de Luís de Camões, André de Resende, Damião de Góis, Luís António de Verney, Francisco de Sá de Miranda e Bernardim Ribeiro.

Fazem parte desta biblioteca cerca de 1100 obras de Livro Antigo das quais se destacam os 9 incunábulos, as cerca de 90 obras impressas pelo humanista Aldo Manuzio e seus sucessores, os 600 títulos impressos no século XVI, bem como outros tesouros bibliográficos pela sua raridade ou beleza da impressão e encadernação. A restante bibliografia de cerca de 8600 títulos serve de apoio ao estudo dos textos clássicos e das suas temáticas, em especial, a da História do Livro, a sua materialidade, hábitos de leitura e circulação de ideias e valores, conferindo à Biblioteca de Estudos Humanísticos um acervo de estudo e de histórias de amor pelos livros raros.

 

O Arquivo de Estudos Humanísticos

O fundo do Arquivo de Estudos Humanísticos é constituído por diversos documentos, datados entre os séculos XV e XX, relacionados com a cultura e história nacional. Destacam-se os manuscritos das cartas régias de D. Afonso V (1432-1481) e D. Manuel I (1469-1521), os inventários da Casa da Tapada mandada construir em 1540 por Francisco de Sá de Miranda (1481-1558), e ainda os fundos documentais de Francisco Marques de Sousa Viterbo (1845-1910) e Carolina Michaëlis de Vasconcelos (1851-1925).

 

José Vitorino de Pina Martins (1920-2010)

Nasce em Penalva de Alva a 18 de janeiro de 1920 tendo feito os seus estudos nas áreas de Filologia Clássica e Filologia Românica na Universidade de Coimbra entre os anos 1942 e 1947. Aprofundou o estudo das literaturas portuguesa, espanhola, francesa e italiana, tendo exercido funções de ensino da Língua e Literatura Portuguesas na Universidade de Roma (1948-1955), na Universidade de Poitiers (1955-1962) e na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1962-1972 e 1983-1994?). Em 19 de dezembro de 1974 defendeu na Universidade de Paris (La Sorbonne Nouvelle) as suas teses de doutoramento de Estado baseadas na obra do humanista italiano Giovanni Pico della Mirandola, tendo sido aprovado por unanimidade com a mais alta classificação.

Investigador constante de vários acervos bibliográficos em Portugal, Itália e França, organizou e dirigiu diversos cursos, conferências, seminários, exposições bibliográficas e publicações. De destacar a “Exposição Bibliográfica e Iconográfica de Os Lusíadas” que esteve patente na Biblioteca Nacional entre março de 1972 e junho de 1973.

Foi ainda diretor da Fundação Calouste Gulbenkian no Centro Cultural Português em Paris (1972-1983) e, regressando a Lisboa, do Serviço de Educação da mesma instituição; assumiu a presidência da Academia das Ciências de Lisboa e foi membro de diversas instituições.

 

Catálogo Impresso da Biblioteca de Estudos Humanísticos

 

Catálogo BEH - Manuscritos e Livro Antigo (1500-1800)

Catálogo BEH - Monografias [A-I]

Catálogo BEH - Monografias [J-Z] e Novas Incorporações

 

Tesouros da Biblioteca de Estudos Humanísticos

 

 
HORÁCIO, Carmina, Veneza, Aldo Manuzio, 1501

Trata-se de uma edição aldina cujo modelo tipográfico foi decisivo na difusão do livro e da leitura, recorrendo ao elegante tipo cursivo inventado por Aldo Manuzio (1452-1515) e desenhado por Francesco Griffo. O editor e impressor humanista procurava educar a Europa do seu tempo através da divulgação dos textos clássicos e da acessibilidade dos volumes manuseáveis. A qualidade da impressão da edição aldina é aqui valorizada pela bela encadernação oitocentista francesa, assinada por Charles Capé (1806-1867), com uma decoração inspirada nos elementos aldinos.

 
THOMAS MORE, Utopia, com texto introdutório de Guillaume Budé. [Paris, 1517].

Thomas More (1478-1535), uma das figuras humanistas mais fascinantes na história da cultura europeia, redigiu alguns dos textos fundamentais do Renascimento. Fiel à sua consciência cristã enfrentou serenamente a morte à qual foi condenado. Esta segunda edição da Utopia, texto basilar do pensamento ocidental, incluiu o primeiro comentário à obra por Guillaume Budé.

 
GARCILASO DE LA VEGA, Obras. [Lisboa], Manoel de Lyra, 1587

Exemplar único no mundo de uma edição das poesias de Garcilaso impressas em Lisboa, provando que o poeta castelhano, tão apreciado por Sá de Miranda, foi muito lido em Portugal nos séculos XVI e XVII.

 
LUÍS DE CAMÕES, Os Lusíadas, comentados por Manoel Correa. Lisboa, Pedro Craesbeeck, 1613

Primeira edição comentada dos Lusíadas com a transcrição da mais antiga biografia de Camões escrita por Pedro de Mariz. 

 
Carta de D. Afonso V. Santarém, 21 de abril de 1462

Manuscrito sobre pergaminho de um alvará régio dirigido ao cronista Gomes Eanes de Azurara autorizando o levantamento de um códice da biblioteca palatina. Tendo sido educado por humanistas italianos, sabe-se que D. Afonso V criou uma preciosa biblioteca aberta à consulta pública.