A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) apresentou, no passado dia 31 de Maio, mais uma sessão do ciclo de grandes conferências internacionais - Lisbon Lectures in the Humanities (LLH) 2023 - com a presença de Stanley Fish, um dos mais famosos e influentes críticos literários e teorizadores da literatura do nosso tempo.
A conferência de Stanley Fish, que se realizou no Anfiteatro I, teve cerca de 200 participantes, entre alunos, investigadores e docentes, oriundos da FLUL, da Universidade de Lisboa e de outras instituições de ensino, bem como público não-universitário.
A sessão contou com as presenças do Professor Doutor Miguel Tamen, Director da Faculdade de Letras, da Professora Doutora Joana Matos Frias, docente da FLUL, e do Professor Doutor Arnaldo Espírito Santo, Presidente da Associação para o Desenvolvimento da FLUL (ADFLUL), entidade que apoiou a iniciativa.
Na abertura da sessão, o Director da FLUL apresentou as Lisbon Lectures in the Humanities, referindo a importância do papel da FLUL numa oferta inovadora no campo das Artes e Humanidades para a cidade de Lisboa e para o público em geral. Elemento comum às diferentes conferências deste ciclo, o Director da FLUL destacou o convite a intelectuais cuja voz é prestigiada nas suas áreas originais de estudo, mas também fora delas.
Stanley Fish apresentou uma conferência sobre o tema “Impossible Things: Blind Submission, Anti-professionalism, Interdisciplinarity, Consciousness Raising, Transparency, Artificial Intelligence”, assunto que tem vindo a tratar desde há várias décadas. Em 1979, Fish escreveu contra o que está subjacente a uma submissão cega, isto é, a proposta de publicação de um trabalho académico sob anonimato e apreciado também de maneira anónima. É este um dos pilares do funcionamento do mundo académico actual, suposto garante de procedimentos de selecção com base em critérios de objectividade invulnerável a vícios de análise. Estes vícios seriam introduzidos com o conhecimento da identidade de quem escreve o artigo e igualmente da identidade de quem o avalia. Na conferência, Fish argumentou que o conhecimento objectivo interpretado nestes termos é impossível, tendo explicado as razões que sustentam este entendimento e reflectido a partir daqui sobre outras facetas do mundo académico actual que também crê estarem assentes em equívocos.