Ontem, dia 24 de Janeiro, a Faculdade de Letras recebeu com profunda tristeza a notícia da morte de Maria Helena de Paiva Correia (1944-2024).
Professora Catedrática do Departamento de Estudos Anglísticos, especializada em literatura renascentista, licenciou-se na FLUL em 1969 e foi, desde então, membro do seu corpo docente. Doutorada em 1978 com uma tese em Shakespeare e a Teoria da Comédia, catedrática com apenas 36 anos, foi também uma destacada investigadora do Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa, CEAUL / ULICES, de cuja direcção fez parte desde a fundação e onde orientou um número importante de investigadores. Para além do intenso trabalho de leccionação, graduada e pós-graduada, e da vasta obra nacional e internacional, Maria Helena de Paiva Correia contribuiu muito activamente para a administração da Escola ao longo de toda a sua carreira. Foi Presidente do Conselho Científico e duas vezes membro do Conselho Directivo, entre outros cargos, e teve assento em corpos de gestão da própria Universidade de Lisboa, onde foi membro da Assembleia e do Senado. Neste seu longo percurso teve participação decisiva na reestruturação da oferta lectiva da Faculdade de Letras, contribuindo em particular para a criação dos primeiros Mestrados em Estudos Anglísticos e dos Mestrados interdepartamentais em Teoria da Literatura e em Literatura Comparada. Foi também a responsável por uma parceria entre o Instituto de Língua e Cultura Portuguesa e a Universidade da Califórnia para o ensino de Português como língua estrangeira naquela universidade.
Para além disso, colaborou frequentemente com outras universidades portuguesas: contribuiu para a formação de parte importante do seu corpo docente na área da Anglística, apoiou decisivamente o lançamento de cursos na área das Letras na Universidade da Madeira e na Universidade Católica Portuguesa, e integrou um número importante de júris de provas académicas e de concursos de diversos níveis.
Maria Helena de Paiva Correia foi, no entanto, muito mais do que uma académica de excelência. Os que tiveram a sorte de com ela trabalhar irão sempre recordá-la como figura exemplar pelo seu saber e rigor académicos, mas também pela generosidade e humanidade que sempre pautaram o seu percurso nesta casa.
A Faculdade de Letras presta uma sentida homenagem a esta figura maior na área da Anglística em Portugal.
As cerimónias fúnebres têm início hoje, dia 25 de Janeiro, às 17 horas, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa. Está agendada missa na mesma Igreja no dia 26, sexta-feira, às 11h.